Eliane F.C.Lima
Já tinham dois meninos. Pai satisfeito. Por ele, encerrariam ali. Mãe era louca por uma menina. Teve.
Enfeitou o quarto novo todo de rosa. O máximo que entrava ali era lilás. E pôs borboletinhas. E florezinhas. E bonecas. E almofadas, as mais fofas.
Bebezinho, a menina chorava aos berros, quando a mãe punha no cabelo cacheado lacinhos delicados... e desconfortáveis.
Dois anos e meio, arrancou as asas das borboletinhas para ver como é que eram, enfiou as florezinhas na terra do vaso, fez uma máscara de Batman na cara das bonecas com o pilot preto dos irmãos.
No parque, queria subir nas árvores como os mais velhos. Não sendo "coisa de menina", a mãe segurava embaixo.
Pediu uma bola colorida e linda "igual a deles". Os pais não deram. Furou a dos dois.
No Natal, pediu um caminhão feito o do irmão mais velho, para correr puxando. Ganhou um joguinho de panelas, um fogãozinho lindo.
Pequenininha, bateu nos outros, que não queriam brincar com ela.
Quatro anos, um dia, no almoço, descobriu a explicação: pegou uma salsicha do prato e pendurou entre as pernas. Os pais riram até quase desabar, mas não entenderam nada.
Já tinham dois meninos. Pai satisfeito. Por ele, encerrariam ali. Mãe era louca por uma menina. Teve.
Enfeitou o quarto novo todo de rosa. O máximo que entrava ali era lilás. E pôs borboletinhas. E florezinhas. E bonecas. E almofadas, as mais fofas.
Bebezinho, a menina chorava aos berros, quando a mãe punha no cabelo cacheado lacinhos delicados... e desconfortáveis.
Dois anos e meio, arrancou as asas das borboletinhas para ver como é que eram, enfiou as florezinhas na terra do vaso, fez uma máscara de Batman na cara das bonecas com o pilot preto dos irmãos.
No parque, queria subir nas árvores como os mais velhos. Não sendo "coisa de menina", a mãe segurava embaixo.
Pediu uma bola colorida e linda "igual a deles". Os pais não deram. Furou a dos dois.
No Natal, pediu um caminhão feito o do irmão mais velho, para correr puxando. Ganhou um joguinho de panelas, um fogãozinho lindo.
Pequenininha, bateu nos outros, que não queriam brincar com ela.
Quatro anos, um dia, no almoço, descobriu a explicação: pegou uma salsicha do prato e pendurou entre as pernas. Os pais riram até quase desabar, mas não entenderam nada.
Um comentário:
Querida amiga, demorei, mas aqui estou totalmente embriagada com os contos em gotas. Eu não tinha ideia de que estas narrativas pudessem ser classificadas como contos e, pensando bem, para que escrever contos longos se você, em poucas palavras deu a dimensão perfeita de um conto? Eles tem começo, meio e fim, com enredos sensíveis e/ou realistas.
Tornei-me, a partir de hoje, fã do Conto-gotas.
Parabéns, Eliane, dá gosto ler os seus escritos!
Beijos,
Marise
Postar um comentário