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domingo, 27 de setembro de 2009

Marinha

Eliane F.C.Lima

Um navio bem negro, deslizando por um mar de chumbo. Um céu negro, borrado por nuvens mais negras. De repente, um apito do navio. Grito de dor tristíssimo? Tentativa de fazer-se luz?
Duras vagas, menos dinâmica que estátua, onde o navio desliza negramente. Negro céu, negro mar, negro navio. Lentamente avança, matéria rasgando matéria, esforço de locomoção. Mal se vê a forma. Mal se vê o movimento. Fantasma de fantasma. Quadro pintado, não fosse a frágil mudança.
Um raio de tempestade desesperadamente branco estilhaça em dois a paisagem ao fundo.

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