Eliane F.C.Lima
Foi à delegacia se entregar. Contou a história ao delegado.
Quarentão, morava apenas com a mãe em uma vila em Botafogo. Cotidiano pequeno, mas seguro.
Morta aquela, viu-se só. Por pouco tempo. Sem ter planejado, conheceu uma mulher, não muito nova, na loja de discos. Papo agradável que só vendo!
Descobertas as afinidades, se amaram. Amor de fim de verão. Sem calores e muito aprazível.
Reformaram a casinha velha e tudo ficou na medida exata: saíam para trabalhar, encontravam-se no final da tarde, felizes. Bebiam vinho, ouviam suas músicas preferidas, viam seus filmes antigos. Perfeição absoluta.
Perfeição demais, pensou a sorte. A companheira teve uma pneumonia e se foi.
Sem a experiência de grandes emoções, viu-se no meio de um furacão. Passou por um estado de profunda depressão, amparado pela família herdada da mulher.
Meio recuperado, voltou para a solidão da casa de vila, onde chorava todos os dias, chamando pela que se foi.
Um dia, no quarto, viu-a, menos do que uma presença. Ela tinha vindo buscá-lo. Atravessara mundos para isso.
Apavorado, colado à parede, gritou "Não!" e desmaiou.
Quando acordou, nada havia. Ela tinha morrido para sempre. Ele a matara.
Foi à delegacia se entregar. Contou a história ao delegado.
Quarentão, morava apenas com a mãe em uma vila em Botafogo. Cotidiano pequeno, mas seguro.
Morta aquela, viu-se só. Por pouco tempo. Sem ter planejado, conheceu uma mulher, não muito nova, na loja de discos. Papo agradável que só vendo!
Descobertas as afinidades, se amaram. Amor de fim de verão. Sem calores e muito aprazível.
Reformaram a casinha velha e tudo ficou na medida exata: saíam para trabalhar, encontravam-se no final da tarde, felizes. Bebiam vinho, ouviam suas músicas preferidas, viam seus filmes antigos. Perfeição absoluta.
Perfeição demais, pensou a sorte. A companheira teve uma pneumonia e se foi.
Sem a experiência de grandes emoções, viu-se no meio de um furacão. Passou por um estado de profunda depressão, amparado pela família herdada da mulher.
Meio recuperado, voltou para a solidão da casa de vila, onde chorava todos os dias, chamando pela que se foi.
Um dia, no quarto, viu-a, menos do que uma presença. Ela tinha vindo buscá-lo. Atravessara mundos para isso.
Apavorado, colado à parede, gritou "Não!" e desmaiou.
Quando acordou, nada havia. Ela tinha morrido para sempre. Ele a matara.
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