Eliane F.C.Lima (Registrado no Escritório de Direitos Autorais)
A coleta de lixo era terças, quintas e sábados. Às vezes. Na maioria, furava alguns dias. Até uma semana.
Os urubus vieram, cheiro de podre indo longe, lixo em terreno baldio. Cinco ou seis, rondando por ali. Empretecendo a paisagem. Ordeiros e silenciosos, só queriam comer. Embora apenas aves, fúria dos moradores, mau agouro. Para os bichos. Uns anônimos envenenaram o lixo.
Dia seguinte, aves grandes, negras e duras, pernas esticadas.
Embalados com dificuldade, amontoados, montanha no terreno. Lixeiros não vieram. Mas o cheiro de podre veio e foi... longe, vento ajudando.
Três dias depois, o verde virou preto. Olhava-se para um lado, urubu; para outro, urubu; para longe, urubu.
Os moradores ou aprendem as jogadas da natureza em seu tabuleiro ou lutam para regularizar a coleta de lixo.
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