Eliane F.C.Lima (Registrado no Escritório de Direitos Autorais)
Sentou-se no bar, meio escurinho, aconchegante. Pediu um drinque, uma coisinha para comer. Tudo leve.
Na verdade, estava ali porque não aguentava mais a solidão. Queria conhecer alguém.
Há algum tempo não namorava. E seus últimos relacionamentos tinham sido todos frustrantes. Só achava uns homens meio bobos, desinteressantes, que não queriam se entregar. Não era compromisso propriamente o que ela queria. Não no sentido literal. Ver-se sempre, ir aos mesmos lugares, andar pra lá e pra cá juntos? Não.
Mas queria poder contar um momento difícil, ter o outro interessado realmente, ouvir uma opinião. Escutar coisas engraçadas, ditas com sensualidade, mas, principalmente, com muito estilo, ao ouvido. E ter um chamego gostoso, beijos de carinho, um homem que entrega a vida toda naquele momento apenas. Para enfrentar a semana de trabalho e estudo que viria, com a bateria amorosa recarregada.
Depois que o garçom se afastou, bebeu um gole e relanceou os olhos em volta. Foi de mesa em mesa. Até que foi atraída para uma, ao canto, onde encontrou uns olhos, que a olhavam. Mas não diretamente. E, lá da adolescência, veio a expressão poética machadiana: os olhos de ressaca, que vão puxando para dentro, como o mar revolto. Uns olhos... de mulher! Sorriu por dentro. De mulher?!
Mesmo surpresa percebeu que estava gostando muito, muitíssimo daquilo.
Tornou a sorrir, agora para fora.
Sentou-se no bar, meio escurinho, aconchegante. Pediu um drinque, uma coisinha para comer. Tudo leve.
Na verdade, estava ali porque não aguentava mais a solidão. Queria conhecer alguém.
Há algum tempo não namorava. E seus últimos relacionamentos tinham sido todos frustrantes. Só achava uns homens meio bobos, desinteressantes, que não queriam se entregar. Não era compromisso propriamente o que ela queria. Não no sentido literal. Ver-se sempre, ir aos mesmos lugares, andar pra lá e pra cá juntos? Não.
Mas queria poder contar um momento difícil, ter o outro interessado realmente, ouvir uma opinião. Escutar coisas engraçadas, ditas com sensualidade, mas, principalmente, com muito estilo, ao ouvido. E ter um chamego gostoso, beijos de carinho, um homem que entrega a vida toda naquele momento apenas. Para enfrentar a semana de trabalho e estudo que viria, com a bateria amorosa recarregada.
Depois que o garçom se afastou, bebeu um gole e relanceou os olhos em volta. Foi de mesa em mesa. Até que foi atraída para uma, ao canto, onde encontrou uns olhos, que a olhavam. Mas não diretamente. E, lá da adolescência, veio a expressão poética machadiana: os olhos de ressaca, que vão puxando para dentro, como o mar revolto. Uns olhos... de mulher! Sorriu por dentro. De mulher?!
Mesmo surpresa percebeu que estava gostando muito, muitíssimo daquilo.
Tornou a sorrir, agora para fora.
2 comentários:
Texto recheado de leveza, alegria, perspicácia e muita sabedoria. Adorei. Bjs.
Instigante, esse conto...
Os olhos de ressaca deixaram de ser apenas os olhos de Capitu, personagem machadiana, e já não têm necessariamente um gênero...Olhos de ressaca num rosto feminino ou masculino, não importa... O que importa é ser feliz.
Bjs, Eliane, e inté!
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