Eliane F.C.Lima (Registrado no Escritório de Direitos Autorais)
O nome tinha sido colocado no início do povoamento: Faz-a-curva. Por causa do vento constante. No presente, esquecido o motivo do termo, acreditavam que a causa era o viajante que virava para voltar na estrada. E era assim mesmo. Quem chegava ao local, se perguntava de que é que aquele povo vivia. E vivia?
Dispersos pela estrada, os que ainda restavam, pediam ajuda a quem parasse, normalmente gente perdida, pedido aflito de informação. E que voltava dali mesmo.
Plantavam umas coisinhas só para comer. A terra até que era boa. Mas vender para quem, se desse muito? A pouca produção era para não morrer de fome, quase toda a semeadura feita pelas mulheres, como no início do mundo. Mas aquele lugar era o fim do mundo.
Os homens sempre iam embora, mal punham bigode. Muitas mulheres já iam também, as mais novas, empregadas domésticas em cidades maiores. Naquele lugar, o máximo que se fazia era nascer.
Um dia, chegaram dois sujeitos, com uma camionete grande. Traziam muito mantimento. E água. Não precisou, havia uma nascente da pura, da boa.
Conversaram com todo mundo, indo de sitiozinho em sitiozinho.
À noite, todo mundo convocado na frente da capela, arrematou-se a conversa no geral. Colocada uma mezinha, pegaram a assinatura de todo mundo, comprando as terrinhas. Sempre havia alguém da família, mesmo dos que tinham ido. Quase sempre os mais velhos, os donos, não tinham querido partir. E haveria emprego. E, numa vilinha de casas em rua nova, cada um com a sua.
Dia depois, vindo correndo os que não puderam vir no dia, os dois foram ao cartório, cidade próxima, registrar.
E o lugar virou uma fazenda enorme, gado leiteiro. Palavra cumprida, a vilinha foi feita. Honestidade dos dois donos era, na verdade, sabedoria: teriam empregados fiéis para o resto da vida, devoção de crentes para santo milagreiro.
Rapazes, de partida planejada, ficaram para fazer a obra. Depois, trabalho na fazenda. Alguns partidos, retornaram.
No futuro, o significado do nome da cidade mudou de novo: de onde as carretas enormes, cheias de leite, retornam. Dada a prosperidade, dali não passam.
O nome tinha sido colocado no início do povoamento: Faz-a-curva. Por causa do vento constante. No presente, esquecido o motivo do termo, acreditavam que a causa era o viajante que virava para voltar na estrada. E era assim mesmo. Quem chegava ao local, se perguntava de que é que aquele povo vivia. E vivia?
Dispersos pela estrada, os que ainda restavam, pediam ajuda a quem parasse, normalmente gente perdida, pedido aflito de informação. E que voltava dali mesmo.
Plantavam umas coisinhas só para comer. A terra até que era boa. Mas vender para quem, se desse muito? A pouca produção era para não morrer de fome, quase toda a semeadura feita pelas mulheres, como no início do mundo. Mas aquele lugar era o fim do mundo.
Os homens sempre iam embora, mal punham bigode. Muitas mulheres já iam também, as mais novas, empregadas domésticas em cidades maiores. Naquele lugar, o máximo que se fazia era nascer.
Um dia, chegaram dois sujeitos, com uma camionete grande. Traziam muito mantimento. E água. Não precisou, havia uma nascente da pura, da boa.
Conversaram com todo mundo, indo de sitiozinho em sitiozinho.
À noite, todo mundo convocado na frente da capela, arrematou-se a conversa no geral. Colocada uma mezinha, pegaram a assinatura de todo mundo, comprando as terrinhas. Sempre havia alguém da família, mesmo dos que tinham ido. Quase sempre os mais velhos, os donos, não tinham querido partir. E haveria emprego. E, numa vilinha de casas em rua nova, cada um com a sua.
Dia depois, vindo correndo os que não puderam vir no dia, os dois foram ao cartório, cidade próxima, registrar.
E o lugar virou uma fazenda enorme, gado leiteiro. Palavra cumprida, a vilinha foi feita. Honestidade dos dois donos era, na verdade, sabedoria: teriam empregados fiéis para o resto da vida, devoção de crentes para santo milagreiro.
Rapazes, de partida planejada, ficaram para fazer a obra. Depois, trabalho na fazenda. Alguns partidos, retornaram.
No futuro, o significado do nome da cidade mudou de novo: de onde as carretas enormes, cheias de leite, retornam. Dada a prosperidade, dali não passam.
2 comentários:
Lindo este conto. Bela esta gota. Adorei e emocionei-me.
Beijo.
Um conto lindo, sensível como a chuva que caía.Um objecto raro como aquele,não se empresta.
Gosto dos seus contos mas fica sempre a saber a pouco. Eu sei que é uma opção, mas gostava que os contos fossem mais extensos.
Célio Passos- bichosdoconto.blogspot.com
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