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sábado, 21 de janeiro de 2012

Parabola III

Eliane F.C.Lima (Registrado no Escritório de Direitos Autorais)

Foi parar no meio do bloco. Não soube como. O “Bloco do empurra”. Que fazia jus ao nome. A bandinha, porém, empolgante, tocava alegremente marchinhas de carnaval.
E ia, sambando, na verdade, porque, apesar dos encontrões de todos os lados, era tudo muito divertido.
Lá para o meio, cansada, pretendeu sair. De que jeito, naquele roldão de todo lado? Impossível. E mais empurrão. Agora sentia pressão até de cima, de vez em quando. Parecia que estava encolhendo. Não sambava mais, só ia.
E, pela primeira vez, se deu conta de que aquela bandinha alegre não tocava mais. O som musical que ouvia era plangente, pungente. No entanto ainda ia, sendo levada.
Lá na frente, soerguendo-se sobre os cotovelos, viu, finalmente a bandeira tremulante: “Bloco do empurra... que cai.”


Advertência: Ver verbete do Dicionário Aurélio – século XX, dicionário digital:

“parábola1
[Do lat. parabola < gr. parabolé.]
S. f.
1.Narração alegórica na qual o conjunto de elementos evoca, por comparação, outras realidades de ordem superior...”

Muita literatura de boa qualidade em Literatura em vida 2 (aqui) e poemas meus (aqui) em Poema Vivo.

Um comentário:

ju rigoni disse...

Querida, a vida é mesmo uma caixinha de surpresas.

Amei as metáforas. Bjs, mestra. Inté!