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domingo, 13 de junho de 2010

Imutável final

Eliane F.C.Lima (Registrado no Escritório de Direitos Autorais)

Leiloquinha do papi,
Tô com uma saudade danada de você. Não esqueço nosso último encontro. Espero você lá na adega. Com esse friozinho, um vinho cai bem. Depois a gente inventa...
Mozão

Oi, my baby Lei,
O que houve? Te esperei até as dez. Tô preocupado. Aconteceu alguma coisa? Só liguei o comput para saber o que houve. A gente não pode ligar pra você, não é...
Mozão

Menina,
Já to ficando nervoso. Mandei a última mensagem há três dias e você não responde. Por favor, diga alguma coisa. Só pra eu saber se está tudo certo. Tenho ido à adega todos os dias ver se você aparece.
Mozão

Oi,
Não tenho conseguido dormir. Estou indo a todos os lugares aonde sei que você vai. Só para te ver de longe. Nem estou trabalhando direito. Não consigo me concentrar. O Pagaré, Paganre, Pangaré descobriu alguma coisa? Viu só o meu desespero, nem consigo escrever direito. Se não responder, vou radicalizar.
Eu

Leila,
Fui a seu trabalho hoje. O pessoal disse que você não tem ido lá. Está doente. Seu marido ligou, avisando. Eu fiquei gelado. Quase desmaiei. Não pode nem levantar da cama para ir ao comput? É isso?
Eu

Oi, Mozão,
Eu estava doente mesmo. Mas estou louca para te ver. Te espero às nove horas. Imagine que o Pangaré vai viajar e fico livre a essa hora.
Abaixo, um endereço novo e seguro para a gente se encontrar. É um hotelzinho bem baratinho, mas escondidinho:
Rua General Gastão da Costa, 52, na Lapa.
Não deixe de ir de jeito nenhum. Bolei um monte de surpresas para você.
Sua eterna Leila.

Um comentário:

ju rigoni disse...

Sinal dos tempos...

Tecnologia a serviço de absolutamente tudo, inclusive da traição que em tempos não tão distantes era "coisa de homens". Vai longe o tempo em que a mulher só conseguia trair em pensamento... rsrs

Pangaré anda se ausentando muito... Mas talvez Pangaré não seja tão pangaré assim... Acho bom Mozão pensar melhor na mensagem, aparentemente, da Leiloquinha. Não sei se ele vai gostar das surpresas, não...

Esse conto, de algum modo, me remete ao A Cartomante do Machado. Sei lá!...

Diverti-me. Bjs e inté!