Eliane F.C.Lima (Registrado no Escritório de Direitos Autorais)
Moravam em uma casinha rosa em, cidade do interior. Faziam doces e salgados para fora: festas, bares e restaurantes. Não ficariam ricas, mas viviam bem, a ponto de ajudar muitas pessoas desvalidas da cidade.
Eram muito queridas de todos. Conhecidas como Marina de Luísa ou Luísa de Marina.
A primeira era mais comunicativa, um enorme senso prático. Luísa, mais retraída e meiga. Igualmente procuradas, ajudavam a quem necessitasse.
Na rua, eram paradas a todo instante, cumprimento de um, abraço de outra, velhos e novos, crianças agarradas às pernas. A todos, um carinho, um prato de comida, uma dentadura necessitada, uns óculos para perto; cadernos, lápis e livros didáticos para os pequenos. Viviam batendo à sua porta.
Até que Marina deixou escapar para pessoa amiga e íntima, a quem já haviam tirado de grandes dificuldades, que ela e Luísa dividiam o aluguel, a comida e a cama. Foi o escândalo da cidade. Mas elas não ficaram sabendo. Nenhum dos que vinham a sua casa se salvar dos naufrágios veio avisar de que a cidade toda murmurava sobre elas.
E todo mundo sumiu. E as encomendas dos restaurantes, dos bares e festas.
Viram-se mal as duas, assim de uma hora para outra. Tentando achar a resposta, Marina chegou, finalmente, à revelação.
Sem solução, a moça resolveu oferecer o que faziam em cidade maior. A despesa aumentaria com a passagem do ônibus caro, mas não havia solução.
Embora o trabalho e cansaço para se fazerem conhecidas como quituteiras, no final, a coisa acabou saindo melhor do que antes. Vendiam mais e mais caro.
Como as questões materiais são mais prementes que as morais, os problemas financeiros tornaram a bater à porta dos moradores da cidadezinha, logo, logo, e eles deixaram a intolerância de lado. Um pedidozinho aqui, outro acolá, e começaram a voltar.
E passaram – para não se comprometerem – a chamar Marina ou Luísa “da casa rosa”.
As moças não se negaram a atender. Mas Marina, por uma questão prática, convenceu Luísa a se mudarem para a outra cidade.
Há mais para ler em meus blogues Poema Vivo (link) e Literatura em vida 2 (link).
Moravam em uma casinha rosa em, cidade do interior. Faziam doces e salgados para fora: festas, bares e restaurantes. Não ficariam ricas, mas viviam bem, a ponto de ajudar muitas pessoas desvalidas da cidade.
Eram muito queridas de todos. Conhecidas como Marina de Luísa ou Luísa de Marina.
A primeira era mais comunicativa, um enorme senso prático. Luísa, mais retraída e meiga. Igualmente procuradas, ajudavam a quem necessitasse.
Na rua, eram paradas a todo instante, cumprimento de um, abraço de outra, velhos e novos, crianças agarradas às pernas. A todos, um carinho, um prato de comida, uma dentadura necessitada, uns óculos para perto; cadernos, lápis e livros didáticos para os pequenos. Viviam batendo à sua porta.
Até que Marina deixou escapar para pessoa amiga e íntima, a quem já haviam tirado de grandes dificuldades, que ela e Luísa dividiam o aluguel, a comida e a cama. Foi o escândalo da cidade. Mas elas não ficaram sabendo. Nenhum dos que vinham a sua casa se salvar dos naufrágios veio avisar de que a cidade toda murmurava sobre elas.
E todo mundo sumiu. E as encomendas dos restaurantes, dos bares e festas.
Viram-se mal as duas, assim de uma hora para outra. Tentando achar a resposta, Marina chegou, finalmente, à revelação.
Sem solução, a moça resolveu oferecer o que faziam em cidade maior. A despesa aumentaria com a passagem do ônibus caro, mas não havia solução.
Embora o trabalho e cansaço para se fazerem conhecidas como quituteiras, no final, a coisa acabou saindo melhor do que antes. Vendiam mais e mais caro.
Como as questões materiais são mais prementes que as morais, os problemas financeiros tornaram a bater à porta dos moradores da cidadezinha, logo, logo, e eles deixaram a intolerância de lado. Um pedidozinho aqui, outro acolá, e começaram a voltar.
E passaram – para não se comprometerem – a chamar Marina ou Luísa “da casa rosa”.
As moças não se negaram a atender. Mas Marina, por uma questão prática, convenceu Luísa a se mudarem para a outra cidade.
Há mais para ler em meus blogues Poema Vivo (link) e Literatura em vida 2 (link).
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